terça-feira, 16 de outubro de 2007

Fernando Pessoa
Poesias Inéditas

A pálida luz da manhã de inverno


A pálida luz da manhã de inverno, O cais e a razão Não dão mais 'sperança, nem menos 'sperança sequer, Ao meu coração. O que tem que ser Será, quer eu queira que seja ou que não.
No rumor do cais, no bulício do rio Na rua a acordar Não há mais sossego, nem menos sossego sequer, Para o meu 'sperar. O que tem que não ser Algures será, se o pensei; tudo mais é sonhar.

fonte:http://www.secrel.com.br/jpoesia/ined13.html

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

O Mar - Soneto

É em ti, nos momentos desagradáveis
Onde afogo minhas mágoas,
Onde deposito minhas lágrimas,
Onde guardo segredos invejáveis.

És tu, aquele amigo disponível
Para ouvir os meus desabafos...
Ditas os teus experientes conselhos
No silencio do teu ondular incrível.

Na tua enorme profundeza
Se esconde os mais belos mistérios
De toda a Natureza.

Navegar nos teus vastos impérios
Todo o meu corpo agoniza
E torna-se num desejo sem critérios

fonte:http://www.weronline.com